18 de abr. de 2009

QUE PUNTA

Chega-se a Punta del Leste em duas horas de vôo de São Paulo (alta estação). A opção, quando não há voos diretos, é voar até Montevideo (também duas horas) e seguir de carro ou ônibus por volta de uma hora. São menos de 100 quilometros de uma estrada simples, porém bem cuidada e a paisagem bastante interessante, com tráfego baixíssimo para os padrões brasileiros. Ainda que os locais se apavorem quando vêm cinco carros próximos, no que consideram um tráfego intenso.
Nunca tivera o desejo de conhecer aquelas paragens por conta de informações que temos mil praias mais bonitas no Brasil e o blá-blá-blá de sempre. Assim, conheci Punta em viagem a trabalho, numa convenção. Bem, tive algumas surpresas iniciais:
- tráfego tranquilo, estacionamento facílimo;
- não há flanelinhas nas esquinas, nem gente querendo "tomar conta"do seu carro;
- não existem pedintes, mendigos;
- não se vê barracos, favelas, invasões (apelidos das favelas em lugares como Brasília);
- farofeiros? Não, exceto alguns restaurantes que montam elegantes tendas na praia e passam o dia a servir, quem desejar, de champagne a frutos do mar.
Passadas as primeiras impressões, e ainda assombrado pela simpatia e profissionalismo dos residentes, começam as novas e surpreendentes descobertas: na área de "mansões" onde ricos de todo mundo têm lindas residências, não existem muros. Nada impede um visitante de, caminhando sem obstaculos, chegar à piscina de alguém, ou participar do churrasco do vizinho. Impossível não pensar nos Jardins em Sampa, ou nas "mansões do lago", em Brasilia (como de resto no Brasil inteiro) em que cada casa mais parece um "forte Apache", um "bunker"com muros de 3 metros (eletrificado no alto), guarita com guarda permanente, sistema de TV e vídeo, guardas particulares nas ruas e o resto você sabe.
O susto maior é quando o convecem que não há criminalidade relevante por ali. Assim é que meninos de 14 ou 15 anos vão para as baladas e voltam com dia claro, caminhando pelas ruas, pegando caronas... e não há noticias assustadoras de assaltos, violências, etc.
Certamente, a natureza deu ao Brasil praias mais belas; mas a parte que coube ao homem, foi feita com mais competência ali, a duas horas de Sampa, mais perto que a Bahia...
-

Nenhum comentário: