17 de nov. de 2008

CATARINICES II - DIA DE SANTA CEIA

Catarina é essa ferinha ai no meio da foto entre as primas Karla e Hellen. Um dia, na Escola Dominical, lá na Igreja Presbiteriana de Brasília, Catarininha com 2 ou 3 anos, logo depois de deixar o berçário, já ficava na classe das crianças onde passava a manhã de domingo entre cânticos, brincadeiras e lanches.
Certo domingo cismou que queria ficar com os pais no Templo e, decisões da Catarina eram – como ainda são – um perrengue pra contrariar. Claro, foi para o templo com os pais. E era dia de Santa Ceia, que na Igreja Reformada, é uma cerimônia em que cada participante recebe um pequenino naco de pão e um pequenino cálice de vinho.
Silêncio! O maestro toca suave o piano! Igreja em contrição e Catarina observando atenta os movimentos. De repente não se contém, ao olhar o pedaciquinho de pão e o copinho de vinho nas mãos dos fiéis, e comenta, bem alto:
- “O LANCHE DAS CRIANÇAS É MELHOR"...

Claro que todos os 400 presentes ouviram e deram uma das maiores gargalhadas coletivas da história daquela igreja. Certamente Deus também riu, com gosto.

WELCOME BLUE

A confirmação que a partir do próximo ano teremos nova empresa aérea no Brasil é uma esperança renovada para nós, pobres “viajantes constantes”, que temos que pagar o ônus de dispor apenas das “vermelhas” (sem conotação política) TAM e GOL aqui no Brasil. O nome será AZUL.Bem-vinda!
A última empresa azul, a VARIG, foi engolida de vez pela GOL (Grande Ônibus Lotado) e agora só serve a trechos internacionais. A VASP, a Cruzeiro e a americana PANAM também eram azuis: morreram! Assim como a multicolorida Transbrasil, a única que deixou saudades, pelo menos na minha geração, pra demonstrar que o problema não é cor. É mentalidade!
As azuis VASP, VARIG e PANAM tinham em comum a arrogância (prepotência) dos comissários de bordo e a displicência com que tratavam os passageiros. Por exemplo, em qualquer viagem, os primeiros a entrar em um avião da VASP, interrompendo a conversa das aeromoças, tinham a sensação de estar entrando em “terreno proibido”. Parecia que se podia ler em um balãozinho acima das cabeças das aeromoças (normalmente louras e bem penteadas) algo como: “Passageiros!!! Lá vêm eles perturbar nosso sossego!” Assim, quando a VASP morreu, pra tristeza (apenas) dos funcionários, poucos passageiros lamentaram.
Aliás, anos atrás, a VARIG em fase terminal, afundada pela incompetência em terra, já havia tido seus funcionários tomados pela mesma arrogância que parecia herdada da velha PANAM (onde ser maltratado era quase uma folclórica e masoquista diversão, como alguns consideram divertido ser expulso do Bar Leo em São Paulo, no fim de tarde, ou de um PUB inglês as 11 da noite). Bem, falar sobre a PANAM é tragicômico. As encarquilhadas aeromoças – popularmente chamadas “aerovelhas”, menos pela idade, mais pela ranzinzisse – louras, feias e cheias de laquê, unhas longas e saltos altos odiavam as viagens e os viajantes e não escondiam isso de ninguém. Não conheço uma única pessoa que tenha lamentado o “passamento” da PANAM. Saudade zero!
Porém a VASP, a VARIG, a PANAM – e até mesmo a TAM – começaram bem, tiveram uma fase boa em que as pessoas eram bem atendidas, os horários razoavelmente cumpridos, explicações dadas de bom grado. Passageiros eram tratados com respeito!
A GOL, nem isso. Já começou como é hoje, tosca! Só que,no começo, as passagens eram baratas e as barras de cereais (ração de bordo) eram vistas como uma piada compatível com os preços baixos. Nada mais...nada, nada mais! Agora que pratica preços altos e mantém serviços que nem para ônibus seriam adequados, a esperança na AZUL é o único balsamo para quem viaja, não por prazer, mas por força das circunstancias. Uma pena.

A VARIG do passado e a TAM, também do passado – e só para ficar em empresas ainda vivas – são prova de que é possível tratar as péssoas de forma civilizada. Pena que se esqueceram, pena que a GOL nunca tenha aprendido!

4 de nov. de 2008

CATARINICES I - dormir só?

Catarina, essa moça linda, claro, já foi pequetita, a menor da turma e por isso a “Pitoco”, ou, simplesmente Pit. Pode ser, ainda, Pit-Bull quando fica mais brava, principalmente com o irmão Tercio. E, desde sempre, “cheia de idéias”.
Tinha perto de quatro anos quando se deu conta que os irmãos dormiam em um quarto, juntos; os pais dormiam em outro quarto, juntos, e ela, só ela, dormia sozinha... “sozinha?”
- “Não filhinha, você dorme com Jesus, explicou a mamãe”, acalmando-a.
Mas durou menos de 24 horas. Ela meditou muito e, no dia seguinte nos convoca, do alto de seu pouco mais de meio metro, porque teve a seguinte“idéia” (uma "adéa", segundo ela):
- “Os irmãozinhos (Emilio e Tercio) podem continuar a dormir no quarto deles; eu durmo com a mamãe no outro quarto; e o papai dorme com Jesus”. E bateu as mãos (em sinal de triunfo), gesto acompanhado de seu sorrisinho irresistível.
Bom, ganhou mais uma temporada no quarto dos pais.