30 de abr. de 2013

Desretorno a São São Paulo! Outra vez...



Quatro anos atrás, 2009, exatamente no mês de abril, como é hoje (30/04), ouvi no rádio "Eu, a viola e Deus", sentida melodia, bela letra, compondo um inesquecível canto do sertão. E, depois de quase oito anos em São Paulo, preparava-me para voltar a Brasilia e, na capital, não só completar a jornada profissional de 35 anos mas também chegar aos 60 de idade. A soma das duas coisas me daria o direito de aposentadoria.
O velho Mac: meio ovo cozido!
Logo depois de ouvir a canção, pegava a estrada a bordo do meu velho Honda 2005. No porta-malas, roupas... Dentro do carro, "Eu, o velho Mac e Deus"... O velho Mac é meu MacIntosh branco, em forma de meio ovo cozido, parceiro desde 2002.
Essa viagem ao cerrado contei em um post da época (clique em VOLVER, se quiser vê-lo), no qual contei também que deixara São Paulo ouvindo Zizi Possi, no CD "Puro Prazer" que inclui “Volver a los Diecisiete” de Violeta Parra (claro que sem pretensão de voltar aos 17, mas apenas voltar a Brasília e
complementar a carreira).
As coisas aconteceram razoavelmente dentro do esperado. Chegou, pois, a hora de encerrar essa estada de quatro anos em Brasilia, com propósito certo e desretornar para São Paulo. De volta então, aposentado, com essa etapa concluída  pronto para recomeçar a vida profissional (após um necessário intervalo).
Na estrada, caminho reverso, seremos "Eu, o velho Honda e Deus", já que o velho Mac, entrado em anos, dá sinais claros de que ficou pra trás na estrada veloz da informatica. Já o Honda, menos velho, vai precisar "segurar a barra" por um tempo. E parece animado com a missão! 
No post anterior lembrei-me (ou lembrei-nos) de Eclesiastes 3: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.  Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou". 

29 de abr. de 2013

Morreu Paulo Emilio Vanzolini



De “O Estado de São Paulo”, de hoje, podemos retirar a seguinte síntese:
“O compositor e zoólogo Paulo Vanzolini, de 89 anos, morreu neste domingo, 28. O samba-canção Ronda, composto por ele, foi gravado por Inezita Barroso em agosto de 1953, sete anos depois de composto. Inezita, na gravação de seu primeiro disco no Rio, Moda de Pinga, precisou de uma música, de última hora, e o autor lhe ofereceu Ronda...
Ele foi talvez o mais graduado intelectual entre os sambistas brasileiros de todos os tempos: fez doutorado em Harvard, era pesquisador do Instituto de Zoologia, herpetólogo (especialista em répteis) e professor emérito da Universidade de São Paulo. Foi também o autor da lei que criou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)...”

Não sei dizer, por ignorância (claro!), a importância de Paulo Vanzolini para a Zoologia, para a herpetologia ou para as ciências em geral. E, além disso, já ouvi muitas e belas composições desse cientista, fora do circuito intelectual ou universitário, mas tenho certeza que bastariam “Ronda” e “Volta por Cima” para coloca-lo no panteão dos grandes compositores de música popular brasileira.

“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”

“E nesse dia então, vai dar na primeira edição, cena de sangue num bar da Avenida São João”

16 de abr. de 2013

Ciclos da Vida

Foi em uma 6a.feira, 15 de junho de 2012: completei 35 anos como servidor do Banco Central do Brasil. Havia entrado orgulhoso, no longínquo 1977, 24 anos de idade... Ora, próximo dos 60 anos, estou prestes a aposentar-me, claro que ainda orgulhoso, porém mais silencioso que na chegada. Não se fez festa na minha chegada e, certamente, não haverá choro ou ranger de dentes pela saida, porque assim é a vida, assim são seus inevitáveis ciclos:

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus." Eclesiastes 3

12 de abr. de 2013

Facebook, 40 anos atrás!

Como é que a gente se conhecia, se cumprimentava e se falava 40 anos atrás, lá em Ipaussu (SP), se nem computador existia? Está bem, não existia "computer", mas existia o "footing"...
Neste século XXI, chamam de "footing" as caminhadas que se faz como um esforço esportivo, mas décadas atrás era diferente. Como funcionava?
Simples assim: aos sábados à noite, normalmente depois da sessão de cinema (mesmo as pequenas cidades tinham cinemas naquele tempo sem televisão e sem internet), homens e mulheres, moços e moças, dirigiam-se à praça pública e, como se houvesse um programa prévio, combinado e ensaiado, começava um desfile-paquera.
Homens ficavam estacionados e as mulheres, sempre aos pares, desfilavam, como
se não tivessem qualquer interesse em quaisquer dos rapazes ali presentes. À época, essa atitude feminina era chamada "recato" e era uma atitude comportamental quase obrigatória para "moças de bom trato".
Pois bem, as recatadas moças e os alvoroçados rapazes iam trocando olhares, até que - por meio da acompanhante da moça, normalmente a irmã mais jovem ou uma amiga mais feia - faziam chegar "recados" à donzelas de seu interesse. A linguagem dos olhares era fundamental ao processo de paquera e quem não fosse capaz de decifrá-la era, no mínimo, tímido. Ou tonto!
Havia outra forma de fazer a "candidata" saber do interesse masculino: o serviço de alto-falantes da praça. Pelo bravos locutores dos alto-falantes, a um custo mínimo, irrisório, se podia dedicar uma música a quem quisesse: "Vamos ouvir La Violetera, com Sarita Montiel. Canção que João dedica a Maria com carinho...".
Como terceira via, uns poucos, mais valentes ou atrevidos, dirigiam-se diretamente às suas candidatas, arriscando-se a ouvir um sonoro e público "não", mas, eventualmente, a um glorioso "sim", ou um esperançoso "vou pensar".
Havia arte e graça nessa forma primitiva de Facebook, on line, ao vivo, em cores e perfumado. A praça que hoje se chama Raphael de Souza, foi ponto de partida para muitos namoros e casamentos.
Bem, não sei exatamente se o antigo FOOTING foi o precursor do FACEBOOK ou se o Facebook nada mais é que um Footing Eletrônico. Cada tempo tem sua graça.