11 de out. de 2009

O CAÇADOR DE PIPAS, o filme

OK! Pode dizer que estou atrasado, já que o filme foi lançado em 2008, mas a verdade é que só agora o assisti. E foi em DVD, no laptop, durante uma viagem de avião... E gostei.

Um romance best seller tende a se tornar filme e, via de regra, decepcionar - no cinema - quem gostou do livro.
Porém, esse filme é uma agradável surpresa, pela direção de Marc Foster (o mesmo de Em Busca da Terra do Nunca, Monter's Ball), plena de sensibilidade, sutileza e talento.

O autor Khaled Hosseini nasceu em Cabul, Afeganistão, e se mudou para os EUA em 1980.
“O caçador de pipas”, seu primeiro romance, ainda é um best-seller internacional, publicado em 40 países. Ele conta a história de Amir (no filme, quando jovem, interpretado por Zekiria Ebrahimi e, quando adulto, por Khalid Abdalla) um menino tímido, que gosta de escrever histórias e foge de encrencas. Seu melhor amigo é Hassan (Ahmad Khan Mahmoodzada), filho do empregado de seu pai, que lhe dedica uma quase idolatria. E o passatempo preferido da dupla é empinar pipas (papagaios, em paulistês). Mas é justamente em um torneio de pipas que a história os separa: Hassan vai sozinho atrás de uma cortada pela linha de outro competidor e acaba sendo encurralado por meninos que, por preconceito com sua etnia (hazara, minoria xiita de origem mongol que vive no Afeganistão), o violentam. Amir assiste a cena, escondido e apavorado. E nos dias seguintes passa a ser torturado pela culpa e o arrependimento; com isso, não suporta mais a presença do amigo, forçando a separação. Os dois se afastam, mas têm de enfrentar problemas mais graves quando a União Soviética invade o Afeganistão e, depois, quando o Talebã domina o país. Amir e seu pai fogem do país para reconstruir a vida como refugiados nos Estados Unidos. Lá, Amir cresce e se apaixona. Mas a vida, que parecia ter se estabilizado, muda novamente de rumos e ele terá de voltar a Cabul para encarar seu passado. A vida oferecendo soluções para quem deixou problemas não resolvidos na sua história pessoal.

Para não faltar ao hábito, alguns críticos acham que o filme simplifica demais a história do livro. O que é normal pela restrição de tempo, mas quem leu há de perceber que as elisões e simplificações não tiraram a essência da história. E a mão precisa do diretor não permitiu ênfases equivocadas, mas focou o principal. Vale a pena ver e meditar! Muitos dos sentimentos humanos, os nobres e os mais mesquinhos são explorados, ao tempo em critica o comunismo e os hábitos talibãs.

Mais que isso não se deve contar para quem ainda não leu o livro ou curtiu o filme.

5 comentários:

Tânia disse...

O que mais me "tocou" na estória toda, foi a amizade dos dois meninos, declarada, sem preconceito, por Hassan: "Por vc eu faria isso mil vezes".

mariamauricio disse...

Sim, sem dúvidas um excelente livro, já o filme...

Sugiro que leia Cidade do Sol, do mesmo autor, ótimo!

Emilio - Entre dois mundos disse...

Vale dizer que esse é o mesmo diretor do último James Bond (quantum of solace)

cris lazzari disse...

MASTERRRRRRRRRRR!!!!!!!

ADOREI!!!!!!!!!!!!!

Jones disse...

Devemos valorizar nossas amizades como se fosse ouro.Zekiria Ebrahimi e Ahmad Khan Devem ter percebido isso!Parabéns aos garotos!