25 de jul. de 2009

FEITIÇO DO TEMPO (DA MARMOTA)

Hoje, sexta feira, graças à Sony TV, revi o "Feitiço do Tempo.
No filme, o reporter Phill Collins, interpretado pelo caça-fantasma Bill Murray, vai parar em Punxsutawney, Pensilvânia, para cobrir o "dia da marmota" (groundog day, nome original do filme). Esse tal Dia da Marmota é uma festa de inverno tradicional na America do Norte (EUA e Canadá), celebrada no dia 2 de fevereiro e, pela tradição, as pessoas devem observar uma toca de marmota: se o bichinho deixar a toca (dia nublado), significa que o inverno terminará mais cedo, porém, caso o sol esteja brilhando e a marmota se assustar com a sua sombra voltando para a toca, o inverno durará mais seis semanas. Obelix diria que esses americanos são uns loucos!!!

Voltemos ao Phill (Bill) - não confundir com Kill Bill que é outro filme - que vive a experiência inusitada de aquele 2 de fevereiro se repetir indefinidamente, acontecendo sempre as mesmas coisas, a ponto de ele decorar minuto a minuto o que acontece e o que está por vir, sem que ninguém, além dele, se dê conta dessa repetição. Evidente que sua produtora é Andy MacDowell (vivendo Rita no filme), numa das fases mais lindas de sua vida (o filme é de 1993). O filme mexe com emoções, sintetiza poesia e arrogância, mistura ironia e solidariedade, transforma - dia a dia - a forma como Phill encara o mundo, as pessoas e a vida, passando de seu jeito molecão-amargo-arrogante para um cara maduro e gentil. No inicio, chega a tentar se matar, em cenas hilárias... depois começa a gostar da experiência e usa-a para melhorar como ser humano.

Se pesquisamos um pouco, descobrimos distintas interpretações do tema, desde afirmar que a película é a apologia do Espiritismo, em que cada dia que se repete representaria uma nova reencarnação, até quem veja ai uma denúncia contra a rotina e o sedentarismo da vida moderna, versus a necessidade de fazer coisas diferentes sempre, buscando novos ângulos de entendimento e apreciação da vida.


Como tudo que se traduz em poesia e magia, como toda emoção ou nuvem no céu, a interpretação - a maneira de ver - muda de pessoa para pessoa, de quem está de bom humor para quem está amargo, de quem leu muito para quem lê o mínimo. Não importa: o melhor de tudo é gostar do filme, passar umas horas em
Punxsutawney, Pensilvânia (Tenho certeza que meu filho Tercio, de mudança pra Pensilvania - e para estudar cinema - vai visitar o local) e deixar o coração decidir do que é que a gente gosta tanto nesse filme (já vi umas 8 vezes).
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