Trata seus amigos como clientes, isto é, defende-os de forma incansável, como é o caso de Sarney, numa parcialidade humana e compreensível. Aos desafetos, os rigores da lei, sem atenuantes! Partidários do governo atual (segundo o IBOPE mais de 2/3 da população), não deverão achar muita graça no compêndio! Bordoadas são distribuídas com vontade...
Valoriza sua participação na Constituinte, reclamando alguns méritos que historiadores e jornalistas mais apressados não lhe atribuem, ao menos com a ênfase que gostaria. Sarcástico e às vezes cruel, o autor vai de Brodowsky onde nasceu aos dias atuais, numa saborosa desordem cronológica que cria pequenos quebra-cabeças para o leitor, tornando a identificação da época da qual fala, a cada capítulo, um teste de identificação.
Uma leitura interessante. Claro que, como bom advogado – e talvez a demonstrar essa qualidade – faz mergulhos rápidos pela economia e não faria parte do G4 (o grupo dos 4 melhores, que se classificam para etapas posteriores em um campeonato de futebol), caso disputasse um campeonato de Economia. Mas isso é uma parte menor do livro e não tira seu mérito, em hipótese alguma. Merece ser lido.
25 de set. de 2008
O Código da VIDA
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3 comentários:
Li num comentário que o título do livro é “grandiloquente”. E o deve ser mesmo...
O eminente autor e ‘autoridade’ usa sua eloqüência retratando acontecimentos “de um drama litigioso” e que, permeia os seguimentos ‘do Código’ com situações nem tanto ortodoxos levando os leitores a utilizarem o encéfalo para compreensão de passagens no mínimo curiosas.
Desconfio que no decorrer e ‘no discorrer’ dos fatos registrados o advogado demonstra saudosismo por sua epopéia nos tempos do Cruzeiro Estabilizado – “Cruzado”.
Noto, no intento de personificar ocorrências na primeira pessoa, pode não ter atingido totalmente o objetivo proposto, visto que ocorrem situações que, aos olhos de alguns citados não condizem na totalidade com o descrito nem tão pouco com o âmbito temporal. A rota não foi a ‘66’... Segue um trajeto um tanto desconfortável já que o conteúdo transcorre com artifícios confundindo os que O lê. Fazendo-se personagem, o Doutor passa por ‘Quadros’ indo até ‘Sarney’ contando sua própria história e dando a entender que não somente “o trabalho enobrece o homem, mas também o trabalho de dar trabalho...”. Tentasse explanar sobre Commodities, "agros-negócios" ou mesmo desenvolvimentos sustentáveis não poderia fazê-lo descendo a rampa 'da Esplanada', dada a evidente chance de nem precisar de ‘rodinhas’... Pois é... Um amigo meu diria assim: “Decifra-me ou devoro-te...” $$$...
Forte abraço
Em tempo: "O bom advogado conhece a Lei... O melhor, conhece o Juiz!"
Isso Yvoni, parece correta essa visão, mas na verdade ela só é dada a quem ler o livro inteiro, sabendo da parcialidade e da peculiar estrada escolhida pelo autor. Ele faz um contraponto a diversas versões conhecidas e ai está, fundamentalmente, o valor de seu controverso texto. E nele estão contidos muitos temas a debater, distribuidos em mais de 400 paginas.
Há óbvias "fraudes" como a descrição minudente, inclusive inflexões, de diálogos entre terceiros, ocorridos 1/4 de século atrás... Mas com uma boa dose de ficção (ou não?) se faz a História.
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