11 de set. de 2008

Um lugar chamado Ipauçu, o Panema e eu...

Meus pais se mudaram para Ipauçu quando eu tinha pouco mais de um ano de vida e lá fiquei até os 18 anos quando o fado levou-me pra Capital (os pais e a mana foram juntos, claro).
Assim vivi lá em Ipauçu toda essa etapa de formação de músculos e caráter, razão por que, quando precisei ir-me embora, cometi uma pequena canção, nesse estilo brega-sertanejo que depois virou praga.
Veja: tinha apenas 18 anos e tocava mal um violão, assim, a inspiração tinha limites de todos os tipos. Mas chegava até o Panema, jeito local de apelidar o Paranapanema, o rio que passa na cidade (divisa sul do estado de SP). Um belo rio...
Ai está a letra. Singela, pessoal e jovem (a canção quandocomposta, claro).


O meu Panema (1.971)
- I -
Quando a gente vai se embora
De tristeza a serra chora
Que não quer se separar
E se gente volta um dia
Pra fazer-lhe companhia
Ela põe-se a cantar

E na voz do meu Panema,
Ouço a vida tão serena
Que não quero mais deixar

O meu rio, o meu vale,
Minha vida, meu poema...
No mundo não há quem cale
O rolar do meu Panema!
(repete: No mundo não há quem cale
O rolar do me Panema).

- II -
Talvez um dia
Eu aceite a fantasia
Faça da vida poesia
E então volte pra ficar

Contar as mágoas
Pros gênios e pras fadas
Que vivem nas suas águas
Meu Panema meu lugar

O meu rio, o meu vale, etc...
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(Hoje essa canção me emociona um pouco mais porque o Raposa gostava dela e a cantava sempre. Agora o Raposa só canta no céu, junto com o Caju e com a Dona Miloca... Guenta ai turma!)

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-

5 comentários:

Emilio - Entre dois mundos disse...

Essa música é massa mesmo. Lembro de ouvir um agravaçào sua com o Cláudio Lysias se não me engano. Uma outro com a tia Rô

Inês disse...

Emilio, que lindo...fui lendo o texto e me lembrando de como fui feliz, onde cresci passando meus finais de semana no rancho do meu pai, na beira da represa de paranapanema, e acredite, depois me vi no lago de Ipauçu(ou Ipaussu?rsrs) chorando por um termino de namoro nos meus 17 aninhos hehehehe. tempo lindo....bom mesmo...tb tenho minhas historinhas em Ipaussu(??? ÇU???}
e qto a vc...esse versinho diz tudo:
"Talvez um dia
Eu aceite a fantasia
Faça da vida poesia
E então volte pra ficar"

se vc vai voltar eu não sei, mas que faz da vida uma poesia linda de se ler.....isso eu sei!!!!!
beijinhos, teu blog está lindo. Parabéns!!!!

EMILIO GAROFALO FILHO disse...

Originalmente o nome era Ipauçu,para IPA=ilha, UÇU=grande. Diziam-nos, nas escolas onde não se estuda o Tupi, que a língua indígena deveria - sempre que for o caso - usar Ç ao invés de 2 S.
Até onde me lembro, o nome Ipauçu causava constrangimento nas placas de automóveis, onde a cedilha costumava sumir, pelo barro, pelo tempo ou mesmo pelo "sarro" de alguém. o que fez, através do tempo, que os dois S ganhassem a parada.

Unknown disse...

Eu ja ouvi a musicaaaa
:)
bjaoooo

Inês disse...

Emilio querido, obrigada pela explicação, eu realmente não sabia pq...rs. mas, se vc observar as placas nas rodovias que indicam Ipaussu, a gente se perde...pq tem de todas as maneiras.
Na saída mesmo de Bauru pra cá, tem Ipaussu, e Ipauçu um pouco mais adiante...hehehehe...
e acredite, perto de Chavantes, tem tb Ipau"S'u....
obrigada pela explicação....rsrs
beijinhos e bom final de semana pra vc....