11 de jun. de 2011

Viagens - Aeroportos

Hesitei bastante, pela repetição, mas decidi contar que em março último voltei à China, pela terceira vez em pouco mais de seis meses. Parece carma! Novamente a serviço, novamente via Dubai, novamente uma canseira imensa e um aprendizado maior ainda.

Dessa vez, em face à proximidade da Copa do mundo, das Olimpíadas e outros eventos, menos votados, mas também internacionais ( Rio + 20, Olimpíadas do Exercito, etc.), andei prestando mais atenção aos aeroportos, a começar de Cumbica (Guarulhos, SP) que nos surpreende a cada passada por lá: os deuses do caos devem fazer dali o seu "point", seu local de paquera, lugar de jantar e passeio. Nem precisa descrever porque quem passou por ali, uma vez que seja, já sabe como é. Parece que nada funciona direito ali!

Dubai nem pode ser considerado um exemplo porque seu aeroporto luxuoso, rico, deslumbrante, (imagens à sua esquerda) não pode e nem deve ser replicado em um País como o nosso ainda carente de muita coisa. Está além do sonho... Mas o aeroporto de Pequim (imagens à sua direita), construido sem luxo e em grandes, enormes, imensas dimensões, pode ser uma boa referencia para o Brasil porque, longe do luxo de Dubai, ganha em eficiência e funcionalidade. Um exemplo: chegamos com nosso imenso Airbus A 380 da Emirates, simplesmente o maior avião em operação no mundo e fomos recepcionados com 3 fingers (que se acoplaram à aeronave em 2 ou 3 minutos) para dar rápida vazão aos mais de 500 passageiros. Em 10 minutos após o pouso estávamos entrando em um trem que, em alta velocidade, nos levou a outro ponto do aeroporto em cinco minutos, onde (acredite!!!) as nossas malas já nos esperavam. Pareceu mágica... Imigração e aduana rapidíssimos e, menos de meia hora depois do pouso, estávamos na rua, a caminho do hotel, passando por muita neve acumulada nos dias anteriores e a China de sempre. Pessoas treinadas, organograma e fluxograma eficientes.

Dubai tem um aeroporto grande e luxuoso; o de Pequim é muito grande e não é luxuoso. Chega a ser simples, mas bastante confortável. Mas o que eles têm em comum é o "software", digamos assim, referindo-nos à eficiencia na operação dos terminais. Mais importante que serem grandes ou pequenos, luxuosos ou simples, fica claro que é fundamental que funcionem e bem. Que cada trabalhador saiba o que fazer, com eficiência e rapidez. Que não se percam duas horas na fila da imigração - como é comum ocorrer em São Paulo - nem haja fila para uso de banheiros sempre sujos e quebrados e/ou sem papel. Que não tenhamos que entrar em uma fila de 20 pessoas para tomar um café mais caro que em qualquer outro lugar do mundo, acompanhando um pão de queijo a preço de camembert.

Imagino que seja possível construir novos galpões, novos fingers, novos balcões de check-in, etc., a tempo para os grandes eventos que se aproximam (por mais que ache que merecemos as melhoras, independente de copas e olimpíadas), mas o que se precisa investir muito, desde já, é na operação, no treinamento de pessoal, na elaboração dos fluxos de operação e controle, no "software" dos aeroportos.

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